TEMPO PER ANNUM - APÓS PENTECOSTES

(22 de maio a 26 de novembro de 2016)

Horários de Missa

CAMPO GRANDE/MS
Paróquia São Sebastião


DOMINGO
16:30h - Confissões
17h - Santa Missa

TERÇA A SEXTA-FEIRA
(exceto em feriados cívicos)
11h - Santa Missa

1º SÁBADO DO MÊS
16h - Santa Missa

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Nossa Sr.ª das Graças


Ave Maria, gratia plena;
Dominus tecum:
benedicta tu in mulieribus,

et benedictus fructus
ventris tui Iesus.

Sancta Maria, Mater Dei
o
ra pro nobis peccatoribus,
nunc et in hora
mortis nostrae.

Amen.

Nosso Padroeiro


Sancte Sebastiáne,
ora pro nobis.

Papa Francisco


℣. Orémus pro Pontífice nostro Francísco.
℟. Dóminus consérvet eum, et vivíficet eum, et beátum fáciat eum in terra, et non tradat eum in ánimam inimicórum ejus.
℣. Tu es Petrus.
℟. Et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam.
℣. Oremus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Francíscum, quem pastórem Ecclésiæ tuæ præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Ámen.

Dom Dimas Barbosa


℣. Orémus pro Antístite nostro Dismas.
℟. Stet et pascat in fortitúdine tua Dómine, sublimitáte nóminis tui.
℣. Salvum fac servum tuum.
℟. Deus meus sperántem in te.
℣. Orémus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Dismam, quem pastórem Ecclésiæ Campigrandénsis præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Amen.

Pe. Marcelo Tenório


"Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai os vossos sacerdotes sob a proteção do Vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder.

Conservai imaculadas as mãos ungidas, que tocam todos os dias vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo Vosso Sangue preciosíssimo. Conservai desapegados dos bens da terra os seus corações, que foram selados com o caráter firme do vosso glorioso sacerdócio.

Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco e preservai-os do contágio do mundo.

Dai-lhes também, juntamente com o poder que tem de transubstanciar o pão e o vinho em Corpo e Sangue, poder de transformar os corações dos homens.

Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Assim seja!
"

(Santa Teresinha do Menino Jesus)

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30 de jun. de 2015

FESTA DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE CRISTO - Quarta-Feira, 01/07/2015 - Leituras e Comentário ao Evangelho

PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE NOSSO SENHOR

1ª Classe – Paramentos Vermelhos

Para ler/baixar o Próprio completo desta Missa, clique aqui.



Epístola de São Paulo Apóstolo aos Hebreus 9, 11-15.

Irmãos: Cristo veio como Pontífice dos bens futuros; e, passando por um tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mão de homem, isto é, não deste mundo, não foi com o sangue dos chibos ou dos bezerros, mas com o seu próprio sangue, que Ele entrou, de uma vez para sempre, no Santo dos Santos, depois de ter adquirido uma Redenção eterna. Com efeito, se o sangue dos chibos e dos touros, bem como a cinza de uma vitela, com que se aspergem os impuros, os santifica quanto à pureza do corpo, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Santo se ofereceu a Si mesmo, sem mácula, a Deus, não purificará a nossa consciência das obras da morte, para servir ao Deus vivo? É esta a razão por que Ele é o Mediador da Nova Aliança: morrendo para resgatar os pecados cometidos sob a primeira Aliança, quis que recebessem a herança eterna os escolhidos, a quem foi prometida, em Jesus Cristo Nosso Senhor.



Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 19, 30-25.

Naquele tempo: Tendo Jesus tomado o vinagre, exclamou: “Tudo está consumado!” Depois, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. Como era a Preparação, e para os corpos não ficarem na cruz durante o sábado, – aquele sábado, com efeito, era um dia de grande solenidade, – os Judeus pediram a Pilatos que se quebrassem as pernas aos supliciados, e que fossem dali tirados. Foram, pois, os soldados, e quebraram as pernas ao primeiro, bem como ao outro que com ele tinha sido crucificado. Ao chegarem, porém, a Jesus, vendo que Ele já estava morto, não Lhe quebraram as pernas; um soldado, todavia, varou-Lhe o lado com a lança, tendo imediatamente golfado sangue e água: Aquele que viu dá testemunho disso, e o seu testemunho é verdadeiro.
 
Traduções das leituras extraídas do Missal Quotidiano por Pe. Gaspar Lefebvre OSB (beneditino da Abadia de Santo André) – Bruges, Bélgica: Biblica, 1963 (com adaptações).


Comentário do dia:
Beato Guerric de Igny (aprox. 1080 - 1057), abade cisterciense
4º Sermão para o Domingo de Ramos (extraído do site Evangelho Quotidiano, apud Per Ipsum).

“Felizes os que nEle procuram abrigo” (Sl 2, 12)

Bem-aventurado seja Aquele que, para me permitir ocultar-me “nas fendas dos rochedos” (Cant 2, 14), deixou que Lhe perfurassem as mãos, os pés e o lado. Bem-aventurado Aquele que Se abriu por completo a mim, a fim de que eu pudesse penetrar no admirável santuário (Sl 41, 5) e “abrigar-me na Sua tenda” (Sl 26, 5). Este rochedo é um refúgio […], doce lugar de repouso para as pombas, e os orifícios escancarados das chagas que tem por todo o corpo oferecem o perdão aos pecadores e concedem a graça aos justos. É morada segura, irmãos, “torre sólida contra o inimigo” (Sl 60, 4), habitar por meio da meditação amante e constante as chagas de Cristo Nosso Senhor, procurar na fé e no amor pelo crucificado abrigo seguro para a nossa alma, abrigo contra a veemência da carne, as trevas deste mundo, os assaltos do demônio. A proteção deste santuário sobrepõe-se a todas as vantagens deste mundo. […]

Entra pois neste rochedo, esconde-te […], refugia-te no Crucificado. […] O que é a chaga do lado de Cristo, senão a porta aberta da arca para os que serão preservados do dilúvio? Mas a Arca de Noé era apenas um símbolo; isto é a realidade; já não se trata de salvar a vida mortal, mas de receber a imortalidade. […]

É pois razoável que a pomba de Cristo, a sua amiga formosa (Cant 2, 13-14) […], cante hoje os Seus louvores com alegria. Da memória ou da imitação da Paixão, da meditação das Suas santas chagas, como das fendas do rochedo, a sua voz dulcíssima ressoa aos ouvidos do Esposo (Cant 2, 14).


“Quanto mais a mentira se aproxima da verdade, mais ela confunde”


Homilia para o 4º Domingo Após Pentecostes (21/06/2015), 
por Pe. Marcelo Tenório

Ave Maria...

Celebramos hoje o quarto Domingo depois de Pentecostes. A Epístola e o Santo Evangelho de hoje têm muito a nos falar, muito a nos ensinar.

A Epístola trata da vitória de Cristo, da Redenção. Pelo Pecado Original ocorreu o afastamento da criatura do seu Criador; tudo que estava submetido ao homem também fica corrompido. A Epístola diz claramente que a criação geme em dores, pois se sujeitou através do homem à ignomínia do pecado, à corrupção. Logo, não somente os seres humanos, mas toda a criação geme em dores, aguardando esse resgate, aguardando a vitória de Cristo.

É claro que a Epístola tem como centro “o homem decaído”, o homem que precisa ser resgatado. Porém, o homem, sendo rei e dominador de toda criação, todas as coisas a ele sujeitas também receberam a mancha infernal do pecado. A Epístola quer focar a decadência do homem, da criação, mas também a restauração de tudo em Cristo Jesus. É a aplicação da vitória de Cristo em nossa vida que se opera de duas maneiras: no Batismo, pelo qual somos lavados no Sangue do Cordeiro, e na vida eterna, quando participaremos da glória de Cristo com nosso corpo ressuscitado.

O Santo Evangelho nos fala da pesca miraculosa. Nosso Senhor envia os discípulos: "Vós sereis pescadores de homens". Os apóstolos tem o santo temor, um temor reverencial, porque veem diante de si um grande milagre. Jesus ensina entre as duas barcas e escolhe a barca de Pedro para que essa barca seja afastada um pouco do povo; que entre um pouco no mar. Ali, Jesus se senta e ensina. Logo após, vem justamente esse grande milagre dos peixes.

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Tudo foi criado para o homem, embora antes de tudo ter sido criado para o homem, tudo foi feito “no Princípio”, pelo Princípio e para o Princípio. Lembremo-nos do início do livro do Gênesis: No princípio Deus criou; Deus cria no Princípio... Quem é esse “Princípio”? Esse Princípio é o Verbo. Tanto que no “Último Evangelho”, ao final de todas as Missas Tridentinas, nós repetimos o Evangelho da encarnação: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Na Doxologia da Missa também se diz: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”. Assim, o Pai criador cria tudo “no Princípio, pelo Princípio e para o Princípio” e, ao trazer o homem à vida, e ao infundir no homem a Sua imagem e semelhança, Deus dá ao homem toda a criação: toda a criação é submetida ao homem; toda criação é o meio que o homem possui para que viva e se desenvolva.

Nesse tempo em que se fala tanto em “ecologia” devemos separar bem as coisas para não cairmos nem no Panteísmo desenfreado, nem na Gnose. Aliás, a Gnose é um veneno letal que vai adentrando em todas as áreas... Muita coisa tem se falado, muitos homens tem se pronunciado sobre questões ecológicas, até mesmo homens religiosos, com tanta veemência e com tanta urgência e, infelizmente, as abordagens nesse assunto não realçam, como deveria ser, a Doutrina da Igreja que coloca o homem no seu devido lugar.

Podemos e devemos fugir da ideia moderna, que perpassa pela questão cosmológica do mundo, dos seres e do homem. Essa ideia cosmológica do homem e do mundo, dos seres, foi praticamente “coroada” a partir dos anos 60 pelas terríveis ideias de Teilhard de Chardin, que era um herege jesuíta. E quando se fala em ecologia hoje, com certeza, se apoiam nas ideias de Teilhard de Chardin, porque a tendência ecológica é transcender sempre para uma visão cosmológica do mundo e, nessa visão cosmológica do mundo o homem é diluído como apenas mais um ser entre as coisas criadas, de maneira que tudo “se interliga”. Então, a palavra de ordem quando se trata de ecologia é “interligação”, todos estamos “interligados”. Ora, se todos estamos interligados, se tudo se interliga, há então uma “confraternização universal”, há uma fraternidade cosmológica. E essa ideia víbora, essa doutrina peçonhenta, é a síntese do Panteísmo e da Gnose.

Aliás, dizem os cientistas que daqui a 100 milhões de anos esse mundo não existirá mais. Todavia, é óbvio que devemos cuidar bem dele, é a nossa casa, habitamos aqui! Tal como devemos cuidar do nosso trabalho, como devemos cuidar da nossa cidade, como devemos cuidar do nosso ambiente. É evidente que sujar os ambientes, jogar lixo no chão, entre outras coisas, é uma afronta à ordem estabelecida. E Deus é um Deus de ordem. A ordem conduz a Deus. Entretanto, esse não é o assunto mais importante diante da salvação da nossa alma e diante da reta interpretação do mistério do homem no mundo, mistério da Igreja: Deus, através da Igreja, vem ao nosso encontro para a nossa salvação, para continuar a sua obra de salvação, pelo ensino e pela santificação.

O Santo Evangelho fala do anúncio de Nosso Senhor que escolhe os seus, se retira e ensina a verdade - "Ide e ensinai!". Para nós, esse deve ser o assunto mais importante: a salvação das almas! Para nós, deve ser mais importante o ensino do Catecismo, a fuga das novidades e, o mais importante, sabermos bem distinguir a Verdade de uma “meia verdade”. A mentira diabólica não é uma mentira qualquer. Ora, ninguém se engana com uma nota de “300 reais”, simplesmente porque ela não existe. Assim, quanto mais a mentira se aproxima da verdade, mais ela confunde. Deste modo, não podemos nos alegrar ou acatar certos pronunciamentos, certos escritos, em várias questões teológicas e, sobretudo, no auge da questão cosmológica, da questão sobre o “ecossistema”.

Todos esses temas devem refletir retamente a doutrina da Igreja. Há um esquema já conhecido do Papa São Pio X... ele o conhecia muito bem: você afirma uma verdade, insere essa verdade em um texto, porém, essa verdade é tratada como irrelevante. Ela é trazida como algo importante, todavia, no decorrer do texto, essa verdade vai ser “diluída” entre falsos conceitos, de maneira que esses falsos conceitos são apresentados com tanta veemência que, embora a verdade esteja no texto, os demais conceitos falsos contrapõem (obscurecem) a verdade. Ocorre o mesmo quando se diz que a Igreja é Santa, indefectivelmente Santa e, ao mesmo tempo, evoca-se a ideia da Igreja sendo “Santa e pecadora”. Ora, como é que se diz que a Igreja é Santa, indefectivelmente Santa, e depois pode-se dizer que ela é Santa, mas também pecadora?! Ou ela é Santa, indefectivelmente Santa, ou ela é pecadora!

A grande crise que vivemos é uma crise de fé, é uma crise da Verdade, pior do que a crise (material) pela qual possa passar no nosso planeta. Há tantas almas para salvar, a Verdade a ensinar, a escuridão a clarear! Resta-nos pouco tempo para nos incomodar de forma peremptória com a “baleia azul” ou com o “golfinho” que vive ou que deixará de viver daqui a 100 milhões de anos. Não que não seja importante! Mas não é o mais importante.

O mais importante para nós hoje é a verdade anunciada, a verdade ensinada, é a verdade assimilada para que as almas não se percam nesse despenhadeiro de meias verdades, que parecem verdades, mas que no fundo não deixam de ser para nós a língua dupla da serpente, que afirma uma coisa aqui e desfaz (a afirmação) acolá.

Como sempre nos ensinou os Santos Padres, em tempos de crise fiquemos com o que foi ensinado sempre, a teologia de sempre. Fiquemos com o catecismo de sempre, fiquemos com a moral de sempre, fiquemos com a doutrina de sempre, e assim estaremos seguros, acabando ou não o ecossistema, estaremos seguros, porque o mais importante – e extremamente importante – é a salvação da nossa alma, é a salvação, sobretudo, daqueles que andam no erro e que precisam e desejam conhecer a verdade.

Por isso é que Nosso Senhor diz: "Ide para águas mais profundas", “a partir de hoje eu farei de vocês pescadores de homens”.

O lago de Genesaré continua do mesmo jeito. Os apóstolos já não mais existem, mas a Igreja fundada em suas bases está viva e ficará viva até o final dos tempos.

Pode parecer que o vento impetuoso irá destruir a Santa Igreja; que a barca de Pedro cedo ou tarde irá naufragar. Entretanto, fica para nós a verdade sobre homem, sobre o mundo, sobre a Igreja, nas palavras de Nosso Senhor: "As portas do inferno jamais poderão destruir aquilo que na rocha Eu construí".


(Nota: A iniciativa da transcrição do áudio dos sermões do Revmo. Pe. Marcelo Tenório parte dos fieis que assistem a Santa Missa no Rito Tridentino. Os sermões transcritos são minimamente revisados e adaptados à língua escrita, sendo feitas ínfimas correções, para que permaneçam vivos o teor e a originalidade de suas palavras. Salve Maria!)

27 de jun. de 2015

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO - Segunda-Feira, 29/06/2015, e Solenização no Domingo - Leituras e Comentário ao Evangelho



SANTOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO
Festa de 1ª Classe no dia 29 de Junho
No Brasil, Festa Externa em 28/06/2015
com Comemoração do 5º Domingo Após Pentecostes

1ª Classe – Paramentos Vermelhos

NOTA DO BLOG: Post anterior do Domingo removido, devido a retificação de datas.

Para ler/baixar o Próprio completo desta Missa, clique aqui.
Para ler/baixar as Orações da Comemoração do Domingo, clique aqui.
Santos Apóstolos Pedro (esquerda) e Paulo (direita).
Pintura por Giotto.


Epístola: Atos dos Apóstolos 12, 1-11.

Naqueles dias: O rei Herodes começou a perseguir e maltratar alguns membros da Igreja. A Tiago, irmão de João, mandou-o passar ao fio da espada. Vendo que assim agradava aos Judeus, determinou prender Pedro, o que fez nos dias dos ázimos. Depois de o ter feito prender e encarcerar, entregou-o para o guardarem, a quatro piquetes, de quatro soldados cada um, tendo a intenção de o fazer comparecer diante do povo, depois da Páscoa. Pedro encontrava-se, pois, guardado na prisão, orando, entretanto, a Igreja incessantemente a Deus por ele. Ora, na mesma noite anterior ao dia em que Herodes o faria comparecer, Pedro, ligado com duas cadeias, dormia entre dois soldados, enquanto as sentinelas estavam de guarda à porta da prisão. Nisto, apareceu o anjo do Senhor, entre uma luz que resplandecia por todo o cárcere. Tocando-lhe no lado, despertou Pedro, dizendo: “Levanta-te depressa!” – caindo-lhe imediatamente das mãos as cadeias. A seguir, disse-lhe o anjo: “Prepara-te e calça as tuas sandálias.” Ele assim o fez, enquanto o anjo acrescentava: “Põe o manto, e segue-me.” Pedro saiu atrás dele, não acreditando na realidade do que se estava a passar por intervenção do anjo, pois julgava sonhar! Depois de passarem a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma. Saíram e meteram por uma rua; mas logo o anjo o deixou inesperadamente. Pedro então, tendo vindo a si, exclamou: “Agora reconheço que o Senhor mandou de fato o seu anjo, e me salvou das mãos de Herodes, e de tudo o que esperava o povo dos judeus.”


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 16, 13-19.

Naquele tempo: Tendo Jesus ido para as bandas de Cesareia de Filipe, interrogou os discípulos, dizendo: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?” Eles responderam: “Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, e outros que é Jeremias, ou algum dos profetas.” “Vós, porém, - perguntou-lhes Jesus, - quem dizeis que Eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!” Jesus, então, disse-lhe: “Bem-aventurado és, Simão, filho de João, porque não foi a carne e o sangue que te revelou isso, mas o meu Pai que está nos céus. Pois bem! Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra, que tu és, edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno nada poderão contra ela! Mais ainda: Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na terra, será também ligado nos céus; e tudo o que desligares na terra, será também desligado nos céus!”
 
Traduções das leituras extraídas do Missal Quotidiano por Pe. Gaspar Lefebvre OSB (beneditino da Abadia de Santo André) – Bruges, Bélgica: Biblica, 1963 (com adaptações).



Comentário do dia:
São João Crisóstomo (aprox. 345 - 407), presbítero em Antioquia, depois Bispo de Constantinopla e doutor da Igreja
Homilia sobre São Pedro e Santo Elias, 1; PG 50, 727-728 - Catena Áurea (extraído do site Evangelho Quotidiano, apud Per Ipsum).

“Sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja”

Pedro devia receber as chaves da Igreja, mais ainda, as chaves dos céus, e devia ser-lhe confiado o governo de um povo numeroso. […] Se, com a tendência que tinha para a severidade, Pedro tivesse permanecido sem pecado, como poderia ser misericordioso com os seus discípulos? Ora, por uma disposição da graça divina, caiu no pecado, por forma a que, tendo tido a experiência da sua própria miséria, pudesse ser bom para com os outros.

Repara bem: quem cedeu ao pecado foi Pedro, o chefe dos apóstolos, o fundamento sólido, a rocha indestrutível, o guia da Igreja, o porto invencível, a torre inabalável, ele que tinha dito a Cristo: “Mesmo que tenha de morrer contigo, não Te negarei” (Mt 26, 35); ele que, por uma revelação divina, tinha confessado a verdade: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo.”

Ora, narra o Evangelho que, na própria noite em que Jesus foi entregue, […] uma jovem diz a Pedro: “Também tu estavas com aquele homem”, ao que Pedro responde: “Não conheço esse homem” (Mt 26, 69-72). […] Ele, a coluna, a muralha, cede perante as suspeitas de uma mulher. […] Jesus fixou nele o olhar […], Pedro compreendeu, arrependeu-se do seu pecado e desatou a chorar. É então que o Senhor misericordioso lhe concede o seu perdão. […]


Ele foi submetido ao pecado para que a consciência da sua culpa e do perdão recebido do Senhor o levasse a perdoar aos outros por amor. Realizava assim uma disposição providencial, conforme à maneira divina de agir. Foi necessário que Pedro, a quem a Igreja seria confiada, a coluna das Igrejas, a porta da fé, o médico do mundo, se mostrasse fraco e pecador. Assim foi, na verdade, para que ele descobrisse na sua fraqueza uma razão para exercer a bondade para com os outros homens.


20 de jun. de 2015

4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES - 21/06/2015 - Leituras e Comentário ao Evangelho

4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES

2ª Classe – Paramentos Verdes

Para ler/baixar o Próprio completo desta Missa, clique aqui.
Ficaram possuídos de espanto por causa da pesca que fizeram. (Lc 5, 9) 
A pesca milagrosa, por René de Cramer, 
para o Missal Quotidiano do Pe. Gaspar Lefebvre OSB.


Epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 8, 18-23.

Irmãos: Estou persuadido que os nossos sofrimentos de agora não tem proporção com a futura glória, que se há de manifestar em nós. Também a criação aguarda esta manifestação dos filhos de Deus. A criação, com efeito, está sujeita à vaidade, - não voluntariamente, mas pela autoridade do que a sujeitou, conservando-a, todavia, na esperança; na verdade, também a criação deverá ser liberta da escravidão da corrupção, com rumo à gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Porque, como sabemos, toda a criação continua ainda a gemer como que em dores de parto. Não só ela, porém, mas também nós próprios, que temos as primícias do Espírito: também nós gememos, dentro de nós próprios, na expectativa da adoção dos filhos de Deus, - da redenção do nosso corpo, em Jesus Cristo, Nosso Senhor.


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 5, 1-11.

Naquele tempo: A multidão, para ouvir a palavra de Deus, comprimia-se à volta de Jesus, quando Ele estava ao pé do lago de Genesaré. Viu, então, paradas na margem do lago, duas barcas, cujos pescadores tinham descido, e estavam a lavar as redes. Subiu para uma das barcas, que era a de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da praia. Depois, sentando-se na barca, dali ensinava a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faz-te ao largo, e lançai as vossas redes para a pesca. Simão, porém, respondeu-Lhe dizendo: Mestre! Trabalhamos toda a noite, e não apanhamos nada; contudo, lançarei as redes, sob a vossa palavra. Tendo feito isto, apanharam tal quantidade de peixe, que as redes se rompiam. Acenaram, por isso, aos companheiros, que estavam na outra barca, para que os viessem ajudar. Vieram, e encheram tanto ambas as barcas, que quase se afundavam. Simão Pedro, vendo isto, lançou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retirai-Vos de mim, Senhor, porque sou um pecador! O espanto, na verdade, tinha-o invadido, bem como aos que se encontravam com ele, por causa da pescaria que tinham acabado de fazer - o mesmo acontecendo a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus, todavia, disse a Simão: Nada receies! Daqui em diante, serás pescador de homens. Então, puxadas as barcas para a terra, e tendo deixado tudo, seguiram-No.


Traduções das leituras extraídas do Missal Quotidiano por Pe. Gaspar Lefebvre OSB (beneditino da Abadia de Santo André) – Bruges, Bélgica: Biblica, 1963 (com adaptações).


Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África) e doutor da Igreja 
Sermão 43, 5-6 CCL 41, 510-511; tradução Delhougne, Les Pères commentent, p. 396 rev. (extraído do site Evangelho Quotidiano, apud Per Ipsum, alterações a/c blog).

“Não temas, de agora em diante serão homens que tu apanharás”

Como é grande a bondade de Cristo! Pedro foi pescador, e agora um orador merece um grande elogio se é capaz de compreender este pescador. Por isso o apóstolo Paulo disse ao dirigir-se aos primeiros cristãos: “Considerai, pois, irmãos, a vossa vocação; não há entre vós muitos sábios, segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres. Mas o que é louco segundo o mundo é que Deus escolheu para confundir os sábios; o que é fraco segundo o mundo, é que Deus escolheu para confundir o que é forte. O que é vil e desprezível no mundo, é que Deus escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são” (1 Cor 1, 26-28).

Porque se Cristo tivesse escolhido em primeiro lugar um orador, o orador teria podido dizer: “Fui escolhido pela minha eloquência”. Se ele tivesse escolhido um senador, o senador teria podido dizer: “Fui escolhido por causa do meu cargo”. Enfim, se tivesse escolhido um imperador, o imperador teria podido dizer: “Fui escolhido devido ao meu poder”. Que essas pessoas esperem um pouco, que se mantenham tranquilas. Não serão esquecidas nem rejeitadas; que esperem um pouco, porque elas se podem glorificar do que são por si próprias.

“Dá-me, disse Cristo, este pescador, dá-me este homem simples e sem instrução, dá-me aquele com o qual o senador não se digna falar, mesmo quando lhe compra um peixe. Sim, dá-me este homem. Assim que eu o tiver preenchido, ver-se-á claramente que sou apenas eu que ajo. É verdade, concluirei também a minha obra no senador, no orador e no imperador…, mas a minha acção será mais evidente no pescador. O senador, o orador e o imperador podem gloriar-se daquilo que são: o pescador, unicamente de Cristo. Que o pescador venha ensinar-lhes a humildade que procura a salvação. Que o pescador passe primeiro.”


13 de jun. de 2015

3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES - 14/06/2015 - Leituras e Comentário ao Evangelho



3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES

2ª Classe – Paramentos Verdes


Para ler/baixar o Próprio completo desta Missa, clique aqui.

"Ele a procura até a encontrar." (cf. Lc 15, 4)
Jesus, o Bom Pastor, busca e encontra a ovelha
perdida. Ilustração por René de Cramer.

Epístola 1ª de São Pedro Apóstolo 5, 6-11.

Caríssimos: Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte, quando vier até vós. Descarregai n’Ele todas a vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, anda, como um leão, rugidor, à vossa volta, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé, sabendo que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, suportam as mesmas provas. Porém, após um breve sofrimento, o Deus de toda a graça, que nos chamou para sua glória eterna em Jesus Cristo, Ele próprio aperfeiçoará, fortalecerá e consolidará a sua obra: A Ele seja dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos! Amém.


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 15, 1-10.

Naquele tempo: Os publicanos e os pecadores aproximavam-se de Jesus, para O ouvirem. Mas, os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este acolhe os pecadores, e come com eles! Apresentou-lhes então, esta parábola, dizendo: “Qual de vós, tendo cem ovelhas, se perde uma delas, não deixa as noventa e nove no descampado e vai procurar a que se tinha perdido, até a encontrar? E depois de a ter encontrado não a põe, todo contente, aos ombros, e, de regresso a casa, não chama os amigos e os vizinhos, dizendo-lhes: Congratulai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha que tinha se perdido? Pois digo-vos que no Céu haverá também maior alegria por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nova justos que não precisam de se arrepender! Ou ainda: qual é a mulher que, tendo dez dracmas, e perdendo uma, não acende a candeia, e não varre a casa, e não procura diligentemente até a encontrar? E, depois de a ter encontrado, não chama as amigas e as vizinhas, dizendo-lhes: Congratulai-vos comigo, porque encontrei a moeda que tinha perdido? Assim também Eu vos digo que entre os Anjos de Deus haverá alegria por um só pecador que se arrepende!”
 
Traduções das leituras extraídas do Missal Quotidiano por Pe. Gaspar Lefebvre OSB (beneditino da Abadia de Santo André) – Bruges, Bélgica: Biblica, 1963 (com adaptações).



Comentário ao Evangelho do dia 
São João Maria Vianney (1786-1859), presbítero e cura (pároco) de Ars, França
Sermão para o 3º Domingo Após Pentecostes, 1º Sobre a Misericórdia (extraído do site Evangelho Quotidiano, apud Per Ipsum, alterações a/c blog).


“Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte” (Lc 15, 10)

A conduta de Jesus Cristo durante a Sua vida mortal mostra-nos a grandeza da Sua misericórdia pelos pecadores. Vemos que todos vêm ter com Ele para Lhe fazer companhia; e Ele, longe de os repelir ou de Se afastar deles, pelo contrário, serve-Se de todos os meios para Se encontrar com eles, a fim de os atrair a Seu Pai. Vai buscá-los através dos remorsos de consciência; renova-os pela Sua graça e conquista-os com os Seus modos amorosos. Trata-os com tanta bondade, que chega a tomar a Sua defesa contra os escribas e os fariseus que os querem recriminar e que parecem não querer suportá-los ao pé de Jesus Cristo.

E vai ainda mais longe: de tal forma quer justificar a Sua conduta que, em atenção a eles, conta uma parábola que lhes mostra, da melhor maneira possível, a grandeza do Seu amor pelos pecadores, dizendo-lhes: “Um bom pastor que tinha cem ovelhas, tendo perdido uma, deixou todas as outras para correr atrás da que se tinha perdido e, tendo-a encontrado, pô-la aos ombros, para a poupar à dureza do caminho. Depois, tendo-a levado para o redil, convidou os Seus amigos a regozijarem-se com ele por ter encontrado a ovelha que julgava ter perdido”. Acrescenta ainda a parábola duma mulher que tinha dez dracmas e, tendo perdido uma, acendeu a sua lamparina para procurar em todos os recantos da casa e, tendo-a encontrado, convidou todas as amigas para se regozijarem com ela.  “É assim, disse-lhes Ele, que todo o céu se alegra pelo regresso dum pecador que se converte e faz penitência. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores; não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes” (Lc 5,31-32).

Vemos que Jesus Cristo aplica a Si próprio essas vivas imagens da grandeza da Sua misericórdia para com os pecadores. Que felicidade para nós saber que a misericórdia de Deus é infinita. Que enorme desejo devemos sentir nascer em nós, de nos lançarmos aos pés de um Deus que nos receberá com tanta alegria!


A indignação dos fariseus e suas críticas à condescendência do divino Mestre nos mostram, diz S. Gregório, que é repassada de caridade a verdadeira justiça e a falsa, toda cheia de dureza e aspereza: pretende o hipócrita acabar com os pecadores, é todo raios e relâmpagos. Também os justos às vezes, se indignam contra os pecadores, continua o mesmo Padre; é muito distante, porém, o (sentimento) que nasce do orgulho, do puro zelo da glória de Deus e do bem das almas. Com veemência admoestam os Santos aos ímpios, mas, com o coração cheio de mansidão e caridade; detestam o pecado, mas, têm pena do pecador, ao passo que o Fariseu soberbo, com sua imaginária santidade, de ninguém se compadece.