TEMPO PER ANNUM - APÓS PENTECOSTES

(22 de maio a 26 de novembro de 2016)

Horários de Missa

CAMPO GRANDE/MS
Paróquia São Sebastião


DOMINGO
16:30h - Confissões
17h - Santa Missa

TERÇA A SEXTA-FEIRA
(exceto em feriados cívicos)
11h - Santa Missa

1º SÁBADO DO MÊS
16h - Santa Missa

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Nossa Sr.ª das Graças


Ave Maria, gratia plena;
Dominus tecum:
benedicta tu in mulieribus,

et benedictus fructus
ventris tui Iesus.

Sancta Maria, Mater Dei
o
ra pro nobis peccatoribus,
nunc et in hora
mortis nostrae.

Amen.

Nosso Padroeiro


Sancte Sebastiáne,
ora pro nobis.

Papa Francisco


℣. Orémus pro Pontífice nostro Francísco.
℟. Dóminus consérvet eum, et vivíficet eum, et beátum fáciat eum in terra, et non tradat eum in ánimam inimicórum ejus.
℣. Tu es Petrus.
℟. Et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam.
℣. Oremus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Francíscum, quem pastórem Ecclésiæ tuæ præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Ámen.

Dom Dimas Barbosa


℣. Orémus pro Antístite nostro Dismas.
℟. Stet et pascat in fortitúdine tua Dómine, sublimitáte nóminis tui.
℣. Salvum fac servum tuum.
℟. Deus meus sperántem in te.
℣. Orémus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Dismam, quem pastórem Ecclésiæ Campigrandénsis præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Amen.

Pe. Marcelo Tenório


"Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai os vossos sacerdotes sob a proteção do Vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder.

Conservai imaculadas as mãos ungidas, que tocam todos os dias vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo Vosso Sangue preciosíssimo. Conservai desapegados dos bens da terra os seus corações, que foram selados com o caráter firme do vosso glorioso sacerdócio.

Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco e preservai-os do contágio do mundo.

Dai-lhes também, juntamente com o poder que tem de transubstanciar o pão e o vinho em Corpo e Sangue, poder de transformar os corações dos homens.

Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Assim seja!
"

(Santa Teresinha do Menino Jesus)

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29 de dez. de 2011

PROGRAMAÇÃO DE ANO NOVO NO RITO TRIDENTINO



Prezados amigos,
Salve Maria!

A seguir, a programação da Paróquia São Sebastião de preparação das almas para a chegada do novo ano (2012):

31 de Dezembro (Sábado)
10h às 11h45
Confissões
12h (meio-dia)
Santa Missa no Rito Tridentino;
Após a Missa, recitação do Te Deum Laudamus*
21h à Meia-noite
Adoração do Santíssimo e Bênção Solene do Santíssimo Sacramento

1º de Janeiro de 2012 (Domingo)
16h às 16h45
Confissões
16h30
Oração do Terço pelos fiéis
17h
Santa Missa da Oitava de Natal e Circuncisão de Jesus
(Rito Tridentino)

Convidamos a todos para fazerem esta excelente preparação da alma para a chegada do ano que se aproxima.

Mais informações: (67) 3317-4863 ou missatridentina.psaosebastiao@gmail.com

In Christi Fide,
Sacerdos

*Nota: A Santa Igreja concede Indulgência Plenária a todos os que, ao meio-dia do dia 31 de Dezembro, cantarem ou rezarem publicamente o Te Deum Laudamus ("A Vós, ó Deus, louvamos"), belíssimo hino de louvor a Deus.

28 de dez. de 2011

1º Domingo do Advento: "A necessidade da vigilância"



Homilia da Missa do 1º Domingo do Advento

Pe. Marcelo Tenório 



. Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum, benedicta tu in muliribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus.
. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen.
. Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix.
. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

A santa Igreja, desde ontem nas primeiras Vésperas, entrou no tempo do Advento e, assim, no ano novo eclesiástico. Ontem às 21 horas, celebrava-se a Missa Rorate. Nesta Missa, apenas com a luz das velas, contemplávamos a grandeza, a magnificência de Nossa Senhora, e contemplávamos os dois extremos desse mistério: o “Ó” da Virgem, de abnegação, de espanto, como canta a antífona mariana, “Tu, que geraste espantada Aquele que te gerou”, a exultação de Nossa Senhora diante desse grande mistério – Deus dentro dela, sendo gerado e formado, homem como nós; e, no outro extremo o “Ai” da Virgem, pois Ela sabia muito bem que aquele filho que estava se formando nEla seria mais tarde imolado como o cordeiro que tira o pecado do mundo. Nossa Senhora do “Ó” e Nossa Senhora do “Ai”.

E, hoje, neste Primeiro Domingo do Advento, nós contemplamos essa grande realidade: o Senhor está próximo. Desde os primeiros momentos da Igreja, quer seja por São Paulo, quer seja por São Pedro, ou por demais escritores sagrados, era dito: “O Senhor está próximo, convertei-vos.” Desde João Batista na preparação, dos caminhos do Senhor, que iremos ler durante o Advento: “(...) preparai os caminhos do Senhor”, até São Pedro, que vai nos dizer que Ele está tardando não porque se esqueceu de nós, mas porque é misericordioso e está aguardando a nossa adesão, a nossa conversão.

O Santo Evangelho de hoje fala justamente sobre isso. A necessidade da vigilância. “Passarão céu e terra, mas minha palavra não passará”; “Não passará esta geração até que se cumpra a vinda gloriosa do Filho de Deus.” Aqui, é importante entender: as gerações passaram, não era daquela geração - à época de Jesus - que Nosso Senhor estava falando, mas da geração da Mulher. “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela.” Quem é da geração da Mulher? Todos os batizados de Cristo.

Santo Agostinho vai nos lembrar que, se Cristo, a cabeça, nasce do seio santíssimo, imaculado, de Nossa Senhora, todos os membros desta Igreja têm que nascer obrigatoriamente de Maria. De forma que, aqueles que rejeitam Maria, aqueles que negam serem seus filhos, aqueles que se negam a ser desta geração, aqueles que não se entendem gestados no seio imaculado, são “monstros” na ordem da graça, porque a cabeça não pode nascer de um lado e os membros de outras partes, de outros lugares. Ou os membros nascem do mesmo local de onde surge a cabeça da Igreja, ou não pertencem à Igreja – não são seus membros, são qualquer coisa, qualquer deformação.

No Santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor nos fala de Sua volta gloriosa. Quando menos esperarem, aparecerão os trovões e relâmpagos, os acontecimentos cósmicos, a terra será abalada, e o Filho do homem descerá. Para quê? Para o julgamento! É o Juízo Universal, a glorificação do Pai no Filho e do Filho no Pai. O Filho devolverá ao Pai o mundo, e a humanidade glorificá-lo-á, e dar-se-á a última palavra do Filho na história da humanidade. Veremos até onde o nosso pecado pessoal manchou a humanidade e levou outros a pecarem. Veremos, também, até onde as nossas virtudes, os nossos atos de bondade, fizeram crescer o reino de Deus, a nossa colaboração na história. Tudo veremos nesta vinda do Filho do Homem, de forma que a grande palavra no Tempo do Advento é vigilância, como se fala justamente na Epístola que acabamos de escutar.

Hoje estamos muito mais próximos da eternidade do que ontem. E não estamos nos reportando à vinda gloriosa do Senhor, que pode ser hoje, amanhã, não sabemos. Ninguém sabe quando será a consumação dos séculos e da história, mas de uma coisa sabemos: estamos nos aproximando dela. E a gravidade de nos aproximarmos da eternidade é muito grande. Porque, no momento da nossa morte, estaremos plenos naquilo que fomos durante a vida nesta terra; e partiremos para a eternidade da forma como vivemos e deixamos este mundo. Não haverá mais mudança, a eternidade não nos propicia mudar.

Ora, o homem deve obedecer à lei natural e divina, de forma que, na eternidade, já não há como mudar o seu ser e nem o seu agir. Estará “pleno” para sempre, ou seja: quem parte deste mundo cheio do seu orgulho, cheio de si, altivo, estará na eternidade orgulhoso, eternamente. Aqueles que buscam viver na simplicidade, crescendo no desejo ardente de Deus, partirão para a eternidade cheios do desejo de Deus. Por isso Nosso Senhor diz em muitas parábolas na Sagrada Escritura, no Novo Testamento: “Estai preparados.” E nos falou sobre as virgens prudentes e as virgens loucas: para estas a porta fechou, ninguém entrará mais. E nos falou do patrão que foi para o estrangeiro e deixou seus empregados, mas que vai voltar quando eles menos esperarem. E nos falou do ladrão: se soubéssemos quando este viria arrombar a nossa casa, estaríamos vigilantes. O Senhor nos falou de muitas formas e de muitas maneiras para que não brinquemos, mas que estejamos sempre preparados. “Morrerá bem aquele que viver bem”, incita a Imitação de Cristo [n.d.r.: importante obra de espiritualidade escrita pelo Pe. De Kempis]. E, também: “Aquele que deixa para se converter amanhã jamais se converterá.” Aquele que deixa para mudar de vida e buscar a Deus amanhã, jamais mudará, jamais buscará a Deus. Morrerá no seu pecado. No seu pecado encontrará o seu fim.

Tal qual aquela história, já conhecida nossa, de dois oficiais franceses recém egressos da Academia Militar de Saint-Cyr, e contaminados com a praga da Revolução Francesa. Entram numa igreja, encarando-a mais como uma obra de arte, e veem, próximo ao confessionário, um jovem sacerdote. Um oficial diz para o outro:

– Se você tiver a coragem de se confessar com aquele padre e debochar da fé, eu te presenteio com um jantar.

E o outro, que não tinha temor nenhum a Deus, quis entrar neste jogo, e foi até ao confessionário.

O jovem padre imediatamente entrou para atender àquela confissão; e o militar, como tinha prometido ao amigo, começou, ajoelhado no confessionário, a debochar da fé católica e dos Sacramentos. O sacerdote – que, embora jovem, era cheio de sabedoria – percebeu que se tratava de um oficial, e perguntou:

– Você é oficial?

– Sim, sou subtenente.

– Que bom que você é um subtenente e defende a Pátria. Mas, você não pretende subir na carreira militar?

– Sim. – E o jovem oficial vai dizer como gostaria de subir na carreira militar, desde tenente até coronel. Ao que o padre perguntou:

– E o que pretende depois?

– Ah, pretendo me casar e ter filhos.

– Mas que bom que você pretende se casar e ter filhos. – E o padre começou a insistir: – E depois que você conseguir tudo isso? Não pensa em algo maior? Ei-lo coronel, com quarenta e dois anos. E depois?

– Depois? Chegarei a general.

– Ótimo. E depois que você conseguir ser general, o que você pretende fazer da vida? E depois?...

O jovem oficial foi ficando intrigado, foi percebendo que não havia mais um depois:
– Depois? Depois? Não sei o que virá depois...

E o sacerdote disse:

– Você já não sabe me dizer mais do depois, mais eu sei. Eu sei te dizer o que acontecerá depois: você morrerá; e, se continuar fazendo o que fazeis, diante de um supremo Juiz será condenado ao inferno, e lá não haverá mais depois, haverá somente o eterno presente.

O jovem padre, por uma questão de honra, ainda exigiu do subtenente uma reparação por ter zombado daquele. No que este não conseguiu fazê-la integralmente, procurou depois o mesmo sacerdote para se confessar, e, em meio a lágrimas (mas também interiormente alegre), recebeu a absolvição. E aquele jovem oficial se converteu com as palavras desse padre.


Nós disputamos muita coisa. Padre Pio dizia: “Há três coisas inúteis nesta vida: dar banho em burro, acrescentar água ao mar, e pregar para padres.” Mas, para leigos e fiéis já acostumados na sua religiosidade, também se enquadra o terceiro item.

Escutamos muito, lemos coisas boas, mas, na maioria das vezes, andamos em círculos. Não mudamos, romantizamos, achamos o belo em tudo, até na Santa Missa. Mas não nos convertemos verdadeiramente, não mudamos de vida verdadeiramente e fazemos a nossa religião, e fazemos a fé católica, e fazemos a Sagrada Liturgia um sonho romântico da vida espiritual.

Cuidemo-nos! O Espírito sopra no deserto, escutemos o que Ele tem a nos dizer, porque o nosso depois pode não ser tão longo assim. E, terminando o depois, haverá apenas um eterno presente. Temos sempre a ideia de que não morreremos, de que depois de nós virá o julgamento e seremos como que arrebatados. “Todos morrem – o da esquerda e o da direita – mas “eu”, que estou no centro, não morrerei jamais.” Muitos pensaram assim e encontraram de forma inesperada o Filho do Homem, não mais como um pastor misericordioso quando agia no tempo, mas como supremo Juiz, aquele que tem o nosso livro em Sua mão, e de nós nada Lhe é desconhecido. Temos planos de vida? Queremos fazer isso ou aquilo? Queremos viajar para aqui ou para acolá? Sonhamos com um emprego melhor? Queremos tal ou tal situação? “E depois?” E depois? E depois?...

Homilia proferida em 27 de Novembro de 2011.

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LEITURAS

EPÍSTOLA DE SÃO PAULO APÓSTOLO AOS ROMANOS XIII, 11-14.

Irmãos: atendei ao tempo em que estamos; porque já é hora de vos levantardes de vosso sono. A nossa salvação está agora mais perto do que quando abraçamos a fé. A noite vai adiantada, e ao dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. Caminhemos honestamente, como de dia: não em orgias e em bebedeiras; não em desonestidades e dissoluções, não em contendas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.


EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS XXI, 25-33.

Naquele tempo: Disse Jesus aos seus discípulos: “haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a todo o mundo. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa redenção. Acrescentou ainda esta comparação: Olhai para a figueira e para as demais árvores. Quando elas lançam rebentos, vós julgais que está perto o verão. Assim também, quando vires que vão sucedendo estas coisas, sabei que está perto o reino de deus. Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.”

26 de dez. de 2011

Christus natus est nobis! Venite, adoremus Dominum! (Imagens das Missas de Natal)


Prezados amigos,
Salve Maria!

A programação de Natal no rito tridentino da Paróquia São Sebastião foi belíssima!

(Clique aqui para visualizar as fotos.)

Com a graça de Deus, neste ano fomos presenteados com o nascimento do Menino-Deus num Domingo, dies Dominica, Dia do Senhor. Deste modo, in dies Dominica, assistimos a três santas Missas no rito tridentino, sendo a Missa do Galo, celebrada à meia-noite, como ensina a tradição católica; a Missa da Aurora, celebrada às 5h da manhã e a Missa de Natal, celebrada às 17h.

Damos graças ao Bom Deus por nos ter dado tantas bênçãos, tantos presentes de valor imensurável, neste santo Natal de Nosso Senhor! À Virgem Maria, Mãe do Verbo encarnado, honra e glória por nos ter dado Seu Filho amado, para que pudesse ser contemplado e adorado!


Rogamos à gloriosa Virgem Santíssima, dispensadora de todas as graças, que cumule de bênçãos nosso Reverendíssimo Pe. Marcelo Tenório, que se sacrificou junto a Cristo no calvário da Missa, permanecendo sem descansar, acordado por dois dias inteiros, para que seus filhos pudessem gozar de tamanhas graças.

Gloria in excelsis Deo!
Christus natus est nobis!
Venite, adoremus Dominum!

Louvores ao Menino-Jesus, nosso Salvador!

In Christe Fide,
Sacerdos

24 de dez. de 2011

Venha assistir à Missa do Galo na Paróquia São Sebastião

19 de dez. de 2011

PROGRAMAÇÃO DE NATAL NO RITO TRIDENTINO



Prezados amigos,
Salve Maria!

Segue a programação de Missas de Natal no rito tridentino na Paróquia São Sebastião:

Missa do Galo: Na noite de 24 para 25/12, à meia-noite.

Missa da Aurora: Dia 25/12, às 5h da manhã.

Missa de Natal: Dia 25/12, às 17h.

Mais informações: (67) 3317-4863 ou missatridentina.psaosebastiao@gmail.comPara divulgação, faça o download dos arquivos clicando nos links abaixo:


In Christi Fide,
Sacerdos

Oração de Natal

Santo Afonso Maria de Ligório
  
Ó amável Jesus, tão desprezado por nós! Descestes do céu para resgatar-nos do inferno e dar-vos por completo a nós, como pudemos tantas vezes, voltar-vos as costas, ó Deus! Os homens são tão gratos às criaturas que se alguém lhes dá um presente, se lhes envia um cumprimento, se lhes dá qualquer prova de afeto, não se esquecem e se sentem forçados a corresponder. E, pelo contrário, são tão ingratos convosco, que sois seu Deus, e tão amável que por seu amor não recusastes dar o sangue e a vida. Mas, ai de nós, nós fomos ainda piores que os outros, porque fomos mais amados e mais ingratos.

Ah! Se as graças que nos destes, as tivesses dado a um herege, a um idólatra, talvez se tivessem santificado, e nós vos ofendemos. Por favor, não vos lembreis, Senhor, das injúrias que vos fizemos. Dissestes que, quando um pecador se arrepende, esquecei-vos de todos os pecados cometidos: "Nenhum dos pecados que cometeu lhe será recordado" (Ez. 18, 22). Se no passado não nos amamos, no futuro não queremos senão vos amar. Já que vos destes completamente a nós, damo-vos em troca toda a nossa vontade; com ela vos amamos e que vos amamos queremos repetir para sempre. Queremos viver repetindo-o e repetindo-o morrer, para começarmos desde o instante que entramos na eternidade a amar-vos com um amor contínuo que durará eternamente. Entretanto, Senhor, nosso único bem e único amor, propomo-nos a antepor vossa vontade a todos os nossos prazeres. Por nada queremos deixar de amar quem nos amou tanto; não queremos mais desgostar a quem devemos amor infinito. Secundai, Jesus, nosso desejo com vossa graça.

Rainha nossa, Maria, reconhecemos que todas as graças recebidas de Deus são devidas à vossa intercessão; continuai a interceder por nós, alcançai-nos a perseverança, vós que sois a Mãe de todas as graças.

Fonte: Excerto da Novena de Natal de Santo Afonso de Ligório.

14 de dez. de 2011

1ª Missa Rorate: "Tu que geraste admirada Aquele que te gerou."



Homilia da Missa Rorate em honra à Nossa Senhora no Advento

Padre Marcelo Tenório

℣. Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum, benedicta tu in muliribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus.
. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc ET in hora mortis nostrae. Amen.
℣. Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix.
. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.


Esta Santa Missa, tão particular para nós – a Missa Rorate cæli  surgiu no século XV com o intuito de incentivar os fiéis a uma contemplação mais profunda do mistério da encarnação do Verbo; e, neste mistério da encarnação do Verbo, está a Santíssima Virgem Maria.

É comum que, quando olhamos para o céu depois de um grande tempo de calor e seca, nos alegremos ao vislumbrarmos as nuvens pesadas, como que se elas estivessem “grávidas”. A terra, a vegetação, os rios, enfim, tudo o que possui vida, deseja as águas, sobretudo nos lugares desérticos. E é comum que pessoas de fé peçam a Deus a graça de que estas nuvens “sejam rasgadas” e delas desça a chuva, a água que gerará a bonança.

Assim, podemos dizer que sobre Nossa Senhora pairou uma “nuvem” vinda dos Céus, isto é, o próprio Espírito Santo. O Espírito Santo, no dizer dos místicos, que era “mistério da Igreja” – não gerava, embora fosse a própria vida – quis ser fecundo no seio puríssimo da Imaculada. E, assim, no dia 25 de março [n.d.r.: nesta data, comemora-se a Anunciação do Anjo a Nossa Senhora], o Espírito Santo, como nuvem que se rasga durante a chuva, desce sobre a Virgem; e, sobre Ela, desce a “chuva” abundante da grande graça, entre tantas graças já infundidas nEla, e que, diante do Anjo Gabriel resplandeciam, nenhuma delas era, de longe, a “Graça das graças”, ou seja, o próprio Senhor. E esta “Graça das graças”, que é o próprio Senhor, desce a 25 de março no seio puríssimo de Nossa Senhora. Então, deste dia até às vésperas do nascimento de Jesus, Nossa Senhora fica como que espantada, admirada: Ela, que contempla o céu e a terra e, por esta contemplação da natureza, percebe a grandeza do Criador, a grandeza de Deus, ao mesmo tempo tem a certeza do que este Deus grande, tão excelso, tão imensurável, se torna pequeno – pequeno entre os pequenos no seio puríssimo desta Virgem. Por este motivo a Antífona Angélica do Advento vai nos dizer:

“Tu que geraste espantada, admirada, Aquele que te gerou.”

É com este espanto, com esta admiração, com este silêncio de “Nossa Senhora do Ó”, que nós, nesta noite na Missa Rorate, também nos deparamos. O silêncio, as luzes parcas querem simbolizar que, mesmo nas trevas, a humanidade não estava perdida, porque Deus preparava o momento no qual viria, resplandeceria, o Sol da Justiça, Cristo Senhor Nosso.

Por isso a Virgem Maria é, com toda certeza Aurora da Redenção, como assim é reconhecida pelos Papas: antes de nascer o Sol da justiça, veio a nós, do meio de nós, do gênero humano, a Virgem Santíssima, glorificada já na terra tendo em vista a Graça das graças, Cristo Deus, que se faria criança em seu seio.


Por isso, hoje a Igreja celebra a Missa Rorate cæli, também chamada de “Missa Angélica” porque nesta Missa é proclamado o Evangelho da Anunciação: o enviado de Deus, o Arcanjo Gabriel, diante da Virgem, saúda: “Ave, cheia de graça!”, pois Ela é uma Virgem diferente, Ela não está carente de graça, Ela não tem um pouco de graça, Ela é cheia de graça, e a graça é Deus. “O Senhor está contigo.” “Eis que conceberás.”

A nuvem do Espírito Santo que pairava sobre a Virgem, a faz “grávida de Deus”. O mistério profundo do amor de Deus pela humanidade a elege Mãe não só de Cristo Deus, mas Mãe da Cabeça deste Corpo Místico de Cristo que é, como dizia Pio XII, a Igreja. E, se a Cabeça da Igreja é gerada do ventre santíssimo de Maria, os demais membros têm por obrigação divina (e de graça) também nascer deste ventre santíssimo. Dizia Santo Agostinho contra os hereges: “É inconcebível que a cabeça nasça da Virgem e os membros apareçam de outros. Isso seria uma monstruosidade – afirma ele – na linha da Graça. Se a cabeça da Igreja nasce da Virgem, os membros têm a obrigação de também nascerem de Maria, de seu ventre santo, nesta gestação maternal, mística, e renderem este amor filial por Nossa Senhora.

A Missa Angélica, a Missa dos Anjos, é também a “Missa Dourada”, a Missa das luzes. Parcas luzes... Parcas luzes, porque essas pequenas luzes desaparecerão diante dAquele que é o próprio Sol da Justiça. No silêncio e na escuridão desta noite, as poucas luzes das velas acesas também nos mostram Maria no silêncio de tantas noites em sua vida que antecederam o nascimento de Jesus, em que na contemplação do mistério, Maria, sem tudo entender, guardava tudo no coração. Quantas noites! Talvez muitas delas naquela graciosa e dolorosa expectativa da chegada do Salvador. Ela conhecia bem o que esperava esta criança, e, ao mesmo tempo que havia em seu coração de mãe o desejo de protegê-lo e o desejo dos cuidados maternos, havia a presteza maternal que, de certa forma, pela Anunciação e pelo “sim” contemplava (e já estava) em suas entranhas o Amor para com todos [n.d.r.: ou seja, o próprio Jesus no ventre de Nossa Senhora]. Maria é a primeira a contemplar não só o presépio, a criança que nasce, mas também a cruz escondida, o dardo envenenado (como que por trás das palhas) do dia do triunfo do Domingo de Ramos, prefigurados naquelas palhas verdes da estrebaria na qual estava acomodado o Menino Deus.

Que esta festa de Nossa Senhora, nesta Missa Rorate possa nos impulsionar para três coisas: primeiro, para a contemplação desse grande mistério da Encarnação, no qual está inserida Nossa Senhora; segundo, para a contemplação do amor de Deus que, imensamente misericordioso para conosco, fez o Seu Filho descer para que nós pudéssemos chegar até Ele, para que nós pudéssemos subir até Ele; e, terceiro, para a conversão imediata do nosso coração.

Diante de um amor tão grande temos apenas duas ações, duas respostas: a conversão imediata e o silêncio profundo diante deste grande mistério.

Que Nossa Senhora do Ó possa, intercedendo por nós, alcançar a graça da nossa perseverança, da nossa mudança de vida, para fazermos deste Advento o nosso deserto, no qual estaremos com Deus contemplando este glorioso mistério que vai unir Nossa Senhora a dois extremos: o “ó” e o “ai”. O “ó” da contemplação festiva, acompanhado dos sinos da noite de Natal, e o “ai” da escuridão, do abandono naquela Sexta-Feira Santa. Os dois extremos, e entre os dois extremos está Deus, a cruz. Entre os dois extremos devemos também estar, cada um de nós, contemplando um lado e o outro, vivendo um lado e o outro, com Nossa Senhora do Ó olhando e adorando a criança que chega, e com Nossa Senhora do Ai contemplando a cruz, o sangue, o abandono, o sofrimento de Nosso Senhor em meio às trevas que ficaram por sobre toda a terra neste momento. 

Que Nossa Senhora esteja conosco e nos dê a “Graça das graças”, entre tantas graças que já recebemos, entre tantas graças atuais, extraordinárias, santificantes, possamos manter-nos na Graça das graças, que é o Menino Deus, que chegará no santo Natal, a cada dia mais perto, a cada dia se aproximando de nós, a cada dia querendo permanecer definitivamente na nossa vida, na nossa alma, no nosso coração.

Homilia proferida em 26 de Novembro de 2011.

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LEITURAS

LIVRO DE ISAÍAS VII, 10-15.

Naqueles dias: O Senhor falou a Acaz, dizendo: “Pede ao Senhor, teu Deus, um sinal, seja ele nas profundezas da terra, seja nas alturas do céu”. Acaz, porém, respondeu: “Não pedirei tal, pois não porei Deus à prova”. Isaías, então, proclamou: “Visto isso, escuta, ó Casa de David: Porventura não vos basta cansar a paciência dos homens, senão que também cansais a do meu Deus? É o próprio Senhor que vos vai dar um sinal: Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, cujo nome será Emanuel. Alimentar-se-á de manteiga e mel, até [a idade de] saber rejeitar o mal e escolher o bem”.


EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS I, 26-38.

Naquele tempo: Foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um varão, que se chamava José, da casa de Davi; e o nome da Virgem era Maria. Entrando, pois, o anjo, onde ela estava, disse-lhe: “Deus te salve, cheia de graça! O Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres!” Ela, ao ouvir isto, ficou perturbada com tais palavras, e interrogava-se sobre o significado de tal saudação. Disse-lhe, então, o anjo: “Não receies, Maria, pois achaste graça diante de Deus: Eis que vais conceber e dar à luz um Filho, a Quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, e chamar-se-á Filho do Altíssimo; o Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de Davi,seu pai: reinará, por todo o sempre, na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Maria, por seu lado, disse ao anjo: “Como acontecerá isso, uma vez que eu estou na decisão de não conhecer homem?” O anjo respondeu-lhe, dizendo: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo proteger-te-á com a sua sombra: É por isso que o Santo que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus! Demais, eis que Isabel, tua parente, acaba de conceber um filho na sua velhice, sendo este o seu sexto mês – ela que era julgada estéril: porque a Deus nada é impossível!” Maria, então, exclamou: “Eu sou a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua palavra!”


6 de dez. de 2011

"... haverá, então, uma grande tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo, nem voltará a haver!"



Homilia da Missa do Último Domingo Após Pentecostes

Pe. Marcelo Tenório


Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum, benedicta tu in muliribus, et benedictus fructus ventris tui Jesus.
. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc ET in hora mortis nostrae. Amen.
Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix.
. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.


No santo Evangelho de hoje, Nosso Senhor fala do fim último dos homens: a vinda gloriosa dEle mesmo sobre a terra, que é dogma de fé. Quando isto se dará, nós não sabemos. Sabemos que, como disse o anjo na Ascensão, da mesma forma que Cristo subiu aos Céus, dessa mesma maneira Ele voltará. Mas Ele nos previne: “Ficai atentos: falsos profetas aparecerão, falsos messias aparecerão e farão grandes milagres, grandes portentos; não acrediteis neles! Pois serão capazes de arrastar até mesmo os eleitos. Todo olho O verá, como um raio que sai do oriente e se lança no ocidente; assim será a vinda do Filho do Homem. Portanto, se vos disserem que o Senhor está aqui ou acolá, não acrediteis... Se vos dizem que o Senhor está no deserto, não saiais... Porque o Senhor virá como Ele subiu, e, do extremo ao outro, do oriente ao ocidente, todos O verão descer das nuvens com poder e glória. Mas, antes que isso aconteça, ocorrerá a grande desolação, e os sinais aparecerão.” Nosso Senhor nos lembra do profeta Daniel: “Quando virdes instalado no lugar santo aquela trágica abominação profetizada por Daniel, então quem se encontrar na Judéia, fuja para as montanhas; quem estiver no terraço, não desça para tomar parte em qualquer coisa. Esta abominação se sentará na casa de Deus”.

É evidente que essa sagrada leitura deveria ser mais meditada, refletida teologicamente... Mas, em suma, a abominação é sempre o inimigo de Deus; o demônio é o grande inimigo de Deus, já derrotado, já condenado; já foi anunciada a sua derrota pela Mulher, a Mulher que esmagará a cabeça da serpente. Quem é esta Mulher? A Virgem Santíssima. Então, há uma luta descrita desde o Gênesis, que se concluirá conforme escrito em Apocalipse 12, sobre o grande sinal no céu de que fala João: uma mulher revestida de sol, tendo a lua debaixo de seus pés e na cabeça doze estrelas. É o triunfo da Imaculada e, com Ela, o triunfo da Igreja.

Ora, que abominação é esta que entra na casa de Deus? É o modernismo! O modernismo nascido antes da Revolução Francesa, com os seus três pilares, com as suas três bandeiras: liberdade, igualdade e fraternidade.

Liberdade de Deus, liberdade de tudo que aprisiona o homem, sobretudo o Dogma, sobretudo a Fé. Essa falsa liberdade ensina que o homem não precisa estar preso ao Dogma, não precisa estar  preso à Fé: o homem deve acreditar que está livre para acreditar no que quiser. Se para ele Deus é uma ideia filosófica, ali está “Deus”, porque para ele essa é a verdade. É o relativismo, que mina a Fé e faz do homem deus. É o antropoteísmo, instituído pela liberdade de consciência, pela liberdade de pensamento, pela liberdade de ação, como se o homem fosse livre para se opor a Deus, para se opor à verdade objetiva. E nós sabemos que não: a verdadeira liberdade é orientar-se para o bem que, na sua última análise e na sua objetividade, é Deus. Então o homem não é livre para não querer Deus, porque ele foi criado por Deus e para Deus.

Igualdade: a ideia de que todos são iguais: de que o homem é igual à mulher; de que não há mais distinção de classes, quando na verdade Deus criou o mundo e toda a sua criação na desigualdade. Colocou o homem acima dos demais seres criados, com inteligência e vontade. Então, não há igualdade na criação, muito pelo contrário: é na desigualdade que se cria a harmonia, harmonia divina. O homem não é igual à mulher, jamais... E a grande catástrofe, a grande mentira do mundo de hoje, é fazer o  homem igual à mulher, e a mulher igual ao homem, em todos os aspectos, destruindo por dentro a família.

Fraternidade. Fraternidade que quer colocar todos os homens, todas as crenças, no mesmo patamar. De forma que aquele que acredita que uma lesma foi alguém no passado, essa lesma seria uma reencarnação de determinadas pessoas, então esta “verdade”, ou esta “inspiração religiosa”, é colocada em pé de igualdade com a fé católica, fundada, revelada e pregada por Nosso Senhor, por nosso Deus... De forma alguma!

Hoje, estas três bandeiras da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – entram em cheio nas nossas mentes, muitas vezes das nossas igrejas, bem como o pensamento relativista que coloca a fé como “aspiração”, como “um sentimento que está no coração do homem” como se fosse algo extremamente subjetivo, de forma que não se faz necessário ser católico, não se faz necessário aderir aos sacramentos, de forma alguma; basta ter um sentimento harmonioso – “harmonizar-se com o cosmo, com a natureza, com os seres”... 

Esta abominação que se instala na casa de Deus é o Positivismo. O que é o Positivismo? É uma heresia – já condenada por papas anteriores – que quer nos ensinar que aquilo que era do passado já não deve ser mais repetido hoje, que a Igreja tem que se atualizar, a Igreja tem que acompanhar o tempo; a Igreja não pode mais pregar como anteriormente como anteriormente; a Igreja já não pode mais falar da condenação ao inferno; a Igreja já não pode falar de nada que venha a constranger as consciências, porque, afinal de contas, o “Senhor Homem” não pode ser constrangido. É o culto do homem, que se instalou, em várias situações atuais, dentro da nossa Igreja. O homem não pode ser constrangido, por isso tudo deve estar a favor do homem.

Muitas vezes até a sagrada Liturgia é colocada à mercê do homem; não é mais Deus que diz como quer ser cultuado, adorado, mas é o homem que dita as normas de como Deus deve ser adorado, louvado e reverenciado... Quantas vezes o Santo Padre [n.d.r.: o padre alude aqui ao papa Bento XVI] se pronunciou em relação às celebrações litúrgicas, sobretudo a celebração da santa Missa. João Paulo II também, com o documento “Igreja da Eucaristia” (a Encíclica Ecclesia de Eucharistia). Bento XVI tem insistido em documentos sobre o centro da sagrada Liturgia, que é Deus! O centro da sagrada liturgia não é o homem, a Missa não é para o homem! “Ah, mas eu não gosto da Missa por que a Missa é assim...” Mas você não tem que gostar ou não gostar! A Missa é o culto maior para Deus! A Missa não é para você se sentir bem: “Eu não vou à Missa porque não me sinto bem, não saio bem, não saio leve, não saio relaxado...” A Missa não é terapia de grupo, isso se dá noutro lugar! A Missa é o sacrifício de Cristo renovado em nossos altares, o mesmo sacrifício que Cristo, na pessoa do sacerdote, oferece a Deus Pai pelos pecados da humanidade inteira, pedindo as graças para a humanidade inteira, intercedendo pela humanidade inteira e por situações particulares da paróquia, da família...

Então, a grande abominação que entra pela porta  da frente da casa de Deus é esta: o relativismo, o positivismo, são todas essas ideias novas, uma teologia nova, estranha à teologia católica, condensada em São Tomás de Aquino, que é a teologia oficial da Igreja.

“Quando virdes a abominação...”. E isto nos leva de uma fé relativa para tudo o que daí advém, como a corrupção da família: querem nos colocar um modelo diabólico de família. Deus não pensou em uma família onde se “unam” homem com homem ou mulher com mulher. Isso não é família! Família é aquela querida e pensada por Deus: “Homem e mulher Deus criou”; “Deixará o homem sua casa, seu pai, sua mãe e se unirá a uma mulher, e ali será uma só carne com ela.” É a abominação dos grandes lugares sagrados: a casa de Deus e a família. A família que é o santuário da vida; é ali onde a catequese é ensinada, onde Nosso Senhor é conhecido, onde a vida brota... E essa vida, vida eterna, através do exemplo dos pais, da catequese paternal complementada na Paróquia, na Igreja.

Então, nós já não temos mais para onde ir; claro que estamos no fim. Quando será? Daqui a dois mil anos? Daqui a dez anos? Amanhã? Não sabemos. Uma coisa sabemos: vivemos em dias piores do que o dilúvio! E, se esse mundo já não foi invadido pelas águas, é por causa da misericórdia de Deus. Como diz São Pedro: “Se Ele não voltou ainda, não é porque se esqueceu de nós”, é porque Ele está nos dando uma chance de mudarmos de vida, “porque está pacientemente à nossa porta”, esperando de nós uma tomada de consciência, e uma adesão de  verdade, sem mentiras, sem fingimentos, à Sua verdade única, católica, de conversão.

Que o santo Evangelho deste Último Domingo Após Pentecostes, portanto, nos abençoe e, tocando a nossa consciência, possa fortificar o nosso conhecimento da verdade, e abrir os nossos olhos contra a grande praga, contra a grande abominação que assola a nossa família, que assola a casa de Deus: o liberalismo, e do liberalismo sempre advém a grande apostasia. Não há grande desolação sem a grande apostasia; e a grande apostasia nada mais é do que tirar Cristo do centro, tirar Cristo como Senhor dos tempos e da sociedade. Com efeito, uma grande onda que está acontecendo na Europa já chega ao Brasil – como vimos, em Manaus, no uso sacrílego da palavra “Missa” – e isso é o que se está chamando de Cristofobia: um grande ódio da sociedade atual contra a sociedade cristã, sob forma de blasfêmias, injúrias, depredações, desrespeito com a pessoa de Nosso Senhor e com a  pessoa do Papa – como agora há pouco aconteceu na Itália com uma maldita marca de roupa, que quis denegrir a figura do Santo Padre para ganhar mais. Todos odeiam a Igreja, mas não vivem sem a Igreja!

Rezemos pelo Papa, rezemos pela Igreja, rezemos sobretudo pelo Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim seja. 


Homilia proferida em 20 de Novembro de 2011.

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LEITURAS

EPÍSTOLA DE SÃO PAULO APÓSTOLO AOS COLOSSENSES I, 09-11.

Irmãos: Não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e inteligência espiritual: Levareis assim uma vida digna de Deus, agradecendo-lhe em tudo, frutificando em toda a sorte de boas obras, e crescendo no conhecimento de Deus. Fortificados, de todas as maneiras, segundo a medida do seu glorioso poder, mostrareis uma paciência e longanimidade a toda a prova e de rosto alegre, agradecendo a Deus Pai o ter-nos feito dignos de participar da luminosa herança dos santos; o ter-nos arrancado ao poder das treva[i], e o ter-nos transferido para o reino de seu Filho estremecido, em Quem temos, pelo seu sangue, a redenção e o perdão dos pecados.


EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS XXII, 15-21.

Naquele tempo: Disse Jesus aos seus discípulos: “Quando virdes, instalado no Lugar Santo, – o leitor deve entender... – aquela trágica abominação profetizada por Daniel, – então, quem se encontrar na Judeia fuja para as montanhas; quem estiver no terraço, não desça a tomar qualquer coisa da casa; quem se achar no campo, não volte atrás para apanhar o manto. Pior ainda, para as que andarem grávidas e tiverem crianças de peito, nesses dias! Pedi para não terdes que fugir no inverno, ou em dia de sábado! Com efeito, há-de haver, então, uma grande tribulação, – tal como não houve desde o princípio do mundo, nem voltará a haver! A tal ponto que se estes dias não fossem abreviados, não escaparia criatura alguma! Serão, todavia, abreviados, em atenção aos escolhidos. Se então vos disserem: “Aqui está o Messias”; ou: “Ei-lo acolá”, – não acrediteis. Porque hão-de aparecer falsos messias e falsos profetas; e hão-de fazer tais milagres e prodígios, que, se isso fosse possível, até arrastariam ao engano os próprios escolhidos. Ficai prevenidos. Se, portanto, vos disserem: “Está no deserto!”, – não saiais; “Está escondido!”, – não acrediteis. Com efeito, assim como o raio sai do Oriente e brilha até o Ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem! Onde estiver o cadáver, aí se juntarão os milhafres... Imediatamente após a tribulação desses dias, o sol escurecer-se-á; a lua deixará de brilhar; os astros tombarão do céu, e as forças cósmicas serão abaladas! Aparecerá, então, no céu, o sinal do Filho do homem, entrando de se lamentar todos os povos da terra, ao fitarem o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e majestade grandiosos. Enviará, então, os seus anjos, ao som clamoroso de trombetas, e eles juntarão todos os escolhidos, a partir de todos os quadrantes da terra, – duma extremidade à outra do horizonte. Tirai a lição do que se passa com a figueira: Quando os ramos se lhe tornam tenros, e lhe apontam as folhas, já se sabe que está perto o verão: Assim vós, quando virdes tudo isto, já ficais sabendo que esse acontecimento já está próximo como se estivesse às vossas portas. Afirmo-vos solenemente que esta geração não morrerá sem que tudo isto se tenha dado. O Céu e a Terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.”