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Paróquia São Sebastião
Paróquia São Sebastião
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17h - Santa Missa
17h - Santa Missa
TERÇA A SEXTA-FEIRA
(exceto em feriados cívicos)
11h - Santa Missa
1º SÁBADO DO MÊS
16h - Santa Missa
11h - Santa Missa
1º SÁBADO DO MÊS
16h - Santa Missa
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Nossa Sr.ª das Graças
Ave Maria, gratia plena;
Dominus tecum:
benedicta tu in mulieribus,
et benedictus fructus
ventris tui Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei
ora pro nobis peccatoribus,
nunc et in hora
mortis nostrae.
Amen.
Nosso Padroeiro
Sancte Sebastiáne,
ora pro nobis.
Papa Francisco
℣. Orémus pro Pontífice nostro Francísco.
℟. Dóminus consérvet eum, et vivíficet eum, et beátum fáciat eum in terra, et non tradat eum in ánimam inimicórum ejus.
℣. Tu es Petrus.
℟. Et super hanc petram ædificábo Ecclésiam meam.
℣. Oremus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Francíscum, quem pastórem Ecclésiæ tuæ præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Ámen.
Dom Dimas Barbosa
℣. Orémus pro Antístite nostro Dismas.
℟. Stet et pascat in fortitúdine tua Dómine, sublimitáte nóminis tui.
℣. Salvum fac servum tuum.
℟. Deus meus sperántem in te.
℣. Orémus.
Deus, ómnium fidélium pastor et rector, fámulum tuum Dismam, quem pastórem Ecclésiæ Campigrandénsis præésse voluísti, propítius réspice: † da ei, quǽsumus, verbo et exémplo, quibus præest, profícere: * ut ad vitam, una cum grege sibi crédito, pervéniat sempitérnam. Per Christum, Dóminum nostrum.
℟. Amen.
Pe. Marcelo Tenório
"Ó Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, conservai os vossos sacerdotes sob a proteção do Vosso Coração amabilíssimo, onde nada de mal lhes possa suceder.
Conservai imaculadas as mãos ungidas, que tocam todos os dias vosso Corpo Santíssimo. Conservai puros os seus lábios, tintos pelo Vosso Sangue preciosíssimo. Conservai desapegados dos bens da terra os seus corações, que foram selados com o caráter firme do vosso glorioso sacerdócio.
Fazei-os crescer no amor e fidelidade para convosco e preservai-os do contágio do mundo.
Dai-lhes também, juntamente com o poder que tem de transubstanciar o pão e o vinho em Corpo e Sangue, poder de transformar os corações dos homens.
Abençoai os seus trabalhos com copiosos frutos, e concedei-lhes um dia a coroa da vida eterna. Assim seja!"
(Santa Teresinha do Menino Jesus)
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16 de mar. de 2014
Onde o Céu toca a terra: um percurso pelo Rito Romano Tradicional
00:25 | Postado por
Alinny Moreira |
Editar postagem
por
Marcos Bonelli
Fonte: Montfort
NOTA: Para acessar o post da Missa deste domingo,
clique aqui.
Hoje,
na festa de São Gregório Magno [nota do blog: o
original do artigo foi publicado em 12/03/2014, dia da festa do santo],
iniciamos uma pequena série de artigos sobre a origem do Rito Romano
Tradicional, também conhecido como Rito Gregoriano, em honra daquele que foi um
dos maiores papas da História e que tanto colaborou para a formação deste rito
a ponto de merecer ter seu nome aplicado a ele.
I)
Introdução
Desde
que Sua Santidade o Papa emérito Bento XVI promulgou o Motu Proprio Summorum
Pontificum, no qual se reconhece a todos os fiéis o direito de assistir à Santa
Missa no Rito Romano Tradicional e o direito a todo padre de rezá-la sem
precisar da autorização do bispo, um número imenso de fiéis, de padres e de
bispos têm descoberto, ou redescoberto, o tesouro que este rito contém. Com
efeito, como diz o próprio documento citado, este rito nunca foi proibido.
Seria, de fato, uma contradição proibir uma missa que a mesma Igreja Católica
usou por pelo menos 1500 anos e que santificou almas “de todas as tribos,
línguas, povos e nações” (Apocalipse 5, 9).
Há
pouco tempo um padre amigo nos contava que, visitando a igreja salesiana de
Nossa Senhora Auxiliadora em Turim, onde está o corpo de São João Bosco, pedindo
um altar para rezar a missa tridentina, um padre de lá lhe disse: “Esta missa
nos desagrada”.
A missa
que São João Bosco rezou durante toda sua vida, que santificou os meninos dele!
Que contradição, esta frase na boca de um filho de Dom Bosco!
Logicamente,
este padre amigo nosso terminou rezando sua missa tridentina lá mesmo no
Oratório de Dom Bosco, mesmo que o outro padre estivesse desagradado. A glória
de Deus vale bem mais do que o desagrado de um padre.
A Missa
de Dom Bosco, de São Luís de Montfort, do Cura d’Ars, a missa que converteu os
índios aqui no Brasil e em qualquer outra missão onde houvesse pelo menos um
padre, no Japão, nos Estados Unidos, na Índia, na África. Proibi-la seria algo
absurdo!
Mas Sua
Santidade o Papa emérito Bento XVI confirmou: ela nunca foi proibida. Qualquer
padre pode rezá-la sem temor, sem qualquer receio ou escrúpulo. Todos os fiéis
podem assisti-la sem receio de serem chamados de cismáticos, sectários,
rebeldes por preferirem uma missa que é um tesouro da Cristandade.
Numa
entrevista concedida, no mês de julho de 2008, ao jornalista italiano Bruno
Volpe, o Cardeal Poggi disse que “se alguns bispos ou pastores zelosos pensaram
que o Novus Ordo abrogou o Vetus Ordo, cometeram um grave erro. É assim, o Rito
Tridentino contempla um Deus jovem e evidencia a beleza de uma fé espontânea.
Como dizê-lo, esta Missa contém elementos lamentavelmente descuidados na visão
racionalista do Novus Ordo: a capacidade de impressionar-se, o mistério e a
transcendência".
É uma
pena ver bispos que pedem a seus padres que não a rezem. São bispos que querem
uma Igreja tão pobre que a deixam sem seu maior tesouro. E quem sofre são os
pobres, que ficam privados deste tesouro. O conhecimento e o interesse pelo
Rito Romano Tradicional atinge os jovens católicos de um modo tão
impressionante que se pode dizer, sem dúvida alguma, que este rito é um
instrumento poderoso e capital na Nova Evangelização.
Quando,
na primeira metade do século XX, começaram-se a divulgar os textos litúrgicos e
a publicar missais para o uso dos fiéis, percebeu-se a necessidade de se
conhecer mais profundamente a liturgia romana.
A
difusão atual e cada vez maior deste rito venerável entre os católicos, jovens
sobretudo, nos leva a escrever esta série de artigos sobre o Rito Romano
Tradicional, para que ele seja conhecido na sua história, no significado das
suas orações e gestos. Este tesouro comum a todos os católicos precisa ser
conhecido e estimado.
Conhecê-lo
nos ajudará a ver que a estima de muitos por ele não vem de um sentimento
saudosista. Se fosse assim, o interesse dos jovens que nunca o haviam conhecido
seria inexplicável. A estima que se tem por este rito tem sua origem no próprio
rito.
Não
poderíamos deixar de agradecer, tanto quanto possível, àqueles padres e àquelas
pessoas que nos ajudaram a escrever estes artigos, nos dando o conhecimento e
as referências que jamais teríamos de outra forma. Que Deus os recompense.
Usaremos
o livro do padre João Batista Reus (Curso de Liturgia Romana, Editora Vozes,
1944, segunda edição), que pode ser encontrado facilmente na internet em
formato PDF [nota do blog: também disponível aqui],
para seguir a ordem das orações na missa.
Não
veremos todos os detalhes dela, todos os gestos do padre. Seria algo muito
pesado, e não poderíamos fazer algo deste porte. Nossa intenção é a de dar um
conhecimento geral da Santa Missa no Rito Gregoriano, antigo e venerável,
naquelas coisas que certamente darão ao leitor uma tal estima por ela que,
esperamos, possa vir a assistir à missa ou a celebrá-la com mais frutos.
Nossos
esforços estarão voltados, também, para conhecer a origem histórica e
doutrinária do Rito Gregoriano. Trataremos das interpretações espirituais que
podem ser tiradas do rito somente uma vez ou outra. Não porque elas sejam
desprezíveis ou vazias, longe disso. Elas são muito interessantes e nos dão
muito amor pela missa. Mas concentraremos nossos esforços nas origens
históricas das partes da missa porque buscamos primeiramente os motivos do rito
ser como ele é.
II) As origens do Rito Romano
O Rito
Romano Tradicional é uma coisa magnífica, um monumento da Igreja Católica. Um
dos termos usados para se referir a ele é Rito romano antigo e venerável.
Segundo
o comentário de um liturgista, ao tratar do livro litúrgico próprio dos bispos,
o Pontifical Romano, “(…) o Pontifical não é nem a obra de um só homem nem a
obra de um só dia. É uma obra anônima na qual trabalharam numerosos operários
quase todos desconhecidos atualmente, e cuja conclusão demorou séculos. É uma
catedral construída em diferentes momentos e que tem as marcas de épocas
sucessivas. Ela mostra bases merovíngias, uma cripta carolíngia, uma nave
romana, um coro gótico, várias capelas que datam da Renascença, e se
expuséssemos seus fundamentos descobriríamos uma robusta estrutura de antigos
construtores romanos. Na realidade o Pontifical romano é o a obra de quinze
séculos de fé e de vida litúrgica. O Ocidente inteiro: a Roma antiga, as
Gálias, o Império Franco, mais tarde a Espanha, o Império Germânico, a França,
a Grã-Bretanha e a Itália trabalharam nesta obra grandiosa” (Victor Leroquais, Les
Pontificaux manuscrits des bibliothèques publiques de France, Paris, 1937, tomo
I, p. XCIC).
O
Missal Romano tradicional é semelhante: obra de séculos de fé e de vida
litúrgica, construída por diversas fontes e pessoas, muitas anônimas, mas que
mostravam ter uma alma iluminada por uma luz que só pode vir de Deus. Tudo isso
fica mais claro quando se conhece o motivo de várias orações serem como são, na
festa em que estão, num momento histórico particular. Não foram leituras e
orações dispostas num escritório, como se fez na elaboração do Missal de Paulo
VI.
Queremos
comentar muito brevemente o seu desenvolvimento. Não nos estenderemos muito
neste ponto porque queremos ver mais profundamente o rito em si mesmo.
De
antigo ele tem muito.
Os
liturgistas explicam que o Rito Romano foi formado, em parte, pela influência
de três textos: os Sacramentários Leonino, Gelasiano e Gregoriano.
O
sacramentário era um livro litúrgico que continha principalmente os cantos e as
orações mutáveis do ofício.
Conforme
o Padre João Batista Reus (Curso de Liturgia Romana, pp. 37-38), o
Sacramentário Leonino foi obra, em grande parte, do Papa São Leão I (440-461).
No Missal Romano tradicional ainda se encontram 175 textos vindos deste
sacramentário.
O
Sacramentário Gelasiano data provavelmente do século V e teria sido redigido
provavelmente pelo Papa Gelásio (492-496).
O Padre
Reus diz, junto com todos os liturgistas, que o Sacramentário Gregoriano é a
base do missal romano tradicional, o seu núcleo. Sabemos que o Papa São
Gregório Magno (590-604) compôs um sacramentário. Infelizmente os primeiros
exemplares se perderam. O exemplar completo mais antigo é do ano 812. Nesta
época o imperador Carlos Magno pediu ao Papa Adriano I uma cópia deste
sacramental, para servir de guia e padrão a todas as cerimônias litúrgicas
realizadas nas igrejas de seus territórios.
Temos a
carta que o Para Adriano I escreveu a Carlos Magno, datada entre os anos 784 e
791, onde ele diz: “Tu pediste para que enviássemos uma cópia sem acréscimos do
Sacramentário feito por nosso santo predecessor o Papa Gregório. Nós o fazemos
agora pelas mãos de João, Abade de Ravena”.
Diz o
Padre Reus que deste sacramentário se segue que a Liturgia da missa, ao menos
desde o século VII, tem sido sempre, ao menos com poucas exceções, a mesma.
Pelo
fato do Sacramentário Gregoriano ser a base do Missal Romano tradicional os
liturgistas aplicam também ao Rito Romano Tradicional o nome de Rito Gregoriano.
Esta expressão, “rito gregoriano”, foi usada incontáveis vezes pelo Cardeal
Ratzinger em seus livros, para se referir ao rito romano tradicional.
O Padre
João Batista Reus diz ainda que no Concílio de Trento “foram dirigidos pedidos
no sentido de reformar também a liturgia e reduzí-la à unidade. Em consequência
disso o Papa Pio V publicou o novo Breviário (1568) e o novo missal (1570) para
toda a Igreja. Sisto V (1588) instituiu a Congregação dos Ritos, encarregada de
fiscalizar e desenvolver o rito romano, de maneira que novos abusos não se
pudessem arraigar tão facilmente” (idem, p 38).
Como
vemos, o movimento seguido pela liturgia romana foi sempre em direção à
unidade. Certos costumes foram sempre permitidos na Igreja nas diferentes
regiões, mas eram coisas consideravelmente pequenas e, sobretudo, de bom senso.
Depois
da Reforma litúrgica de 1969 vemos o movimento inverso: uma variedade imensa e,
sobretudo, muita falta de bom senso: missa dos jovens, das crianças, dos casais
em segunda união, missa-circo, missa-afro, missa-sertaneja… Ao invés de se ter
um só Cânon na missa, passamos a ter oito, ou mais, só no Brasil. As rubricas
do Missal oficial permitem tantas variações que fazem com que cada padre possa
ter uma missa própria. Se incluirmos nos cálculos a variedade proveniente da
espontaneidade dos padres e das pastorais litúrgicas, o resultado é que, em
cada paróquia que o fiel vai, ele encontra uma missa diferente: a missa do
Padre Marcelo Rossi, a missa do Padre Fábio de Melo, a missa do Padre João, a
missa das crianças com teatrinho no lugar do sermão, uma missa mais calma às 8
horas da manhã, outra mais agitada às 10 horas e uma às 8 horas da noite com
bateria e guitarra, uma missa carismática na terça-feira às 15 horas de cura e
libertação que dura 2 horas e meia, uma missa das CEBs rezada sobre uma mesa de
plástico, chapéu de palha e enxada, onde nem sequer há consagração da hóstia e
do vinho…
Os
resultados são, ao invés da unidade, a divisão. Cada um escolhe a missa na qual
se sente bem, e a escolha de ir à missa passa a ser movida pelo sentimento.
III) Um percurso pelo rito em si mesmo
A missa referencial: a Missa Pontifical
Poucos
o sabem, mas a missa que serve de referência para todas as outras missas é a
missa própria do bispo, a Missa Pontifical.
É a
Missa Pontifical que exprime o rito romano tradicional na sua plenitude
(deixamos de lado, aqui, a Missa Papal).
As
missas rezadas ou cantadas, a que geralmente assistimos nas nossas paróquias,
são simplificações feitas sobre a Missa Pontifical.
Por
quê?
Como um
padre nos explicava uma vez, de modo divertido, seria muito bom que pudéssemos
ter todos os dias um bispo que rezasse a missa para nós, com todo o cortejo que
o acompanha, de padre-assistente, diáconos, subdiácono e porta-insígnias, coral
polifônico e gregoriano.
Como
isto não é possível todos os dias, busca-se fazer uma missa onde o padre é
auxiliado por um diácono, um subdiácono, cerimoniário e acólitos.
Ainda
aqui, nem sempre isto é possível em todas as paróquias. Nem todas as paróquias
têm a sua disposição diáconos e subdiáconos… Busca-se fazer, então, uma missa
onde o padre a reza sozinho, cantando as partes do missal que normalmente são
cantadas e com um coro gregoriano ao menos.
Mas nem
sempre as paróquias dispõem de um coro gregoriano. Nestes casos o padre reza a
missa sem canto algum. É a chamada missa rezada à qual estamos acostumados na
maior parte dos casos.
Isto é
fundamental para compreender certas coisas que acontecem na missa rezada, a
forma mais simples de se rezar o rito romano tradicional.
Todos
os detalhes que o padre faz ao rezar a missa tridentina nestas simplificações
graduais da Missa Pontifical, da missa do bispo, são “tentativas desesperadas”
da Igreja de manter nestas formas mais simples tudo o que é feito na Missa
Pontifical.
Se não
conhecermos a missa pontifical, ou ao menos a solene, não entenderemos o porquê
de certos gestos do padre na missa rezada ou cantada.
Por
exemplo, por que na missa rezada troca-se o missal de lado, sobre o altar, para
se ler o Evangelho? Porque na Missa Pontifical o diácono canta o Evangelho
voltado para este lado do presbitério.
Por que
o padre esconde metade da patena sob a parte direita do corporal depois de
fazer o ofertório do pão, e cobre a outra metade dela com o sanguíneo? Porque
na missa pontifical o bispo, após oferecer o pão, passa a patena ao subdiácono,
que a segura na mão direita e a cobre com o véu umeral, escondendo-a.
Por
que, na missa rezada, o padre sempre se volta ao povo pelo lado direito? Porque
na missa solene ele nunca deve dar as costas ao diácono e para evitar isto o
padre se vira sempre pelo lado direito.
E assim
por diante.
Ao
longo destes nossos artigos apontaremos as origens destes detalhes e de muitos
outros, para que possamos entender de onde eles vêm.
Por
enquanto basta ter em mente que a missa do bispo, a Missa Pontifical é a
forma-modelo do rito romano tradicional e que serve de referência para todas as
outras formas mais simples de rezá-lo.
Muitos
pensaríamos que a missa rezada quotidiana do padre, de meia hora, é a
forma-modelo do rito romano tradicional e que as missas cantadas, solenes e
pontificais são embelezamentos dela. Na verdade é o contrário que se passa. As
outras formas são simplificações graduais da missa do bispo. Prova disso é que
os bispos nunca rezam a Missa Tridentina de modo solene ou cantada. Não há
missa pontifical solene ou cantada, o que mostra que estas formas de rezar a
missa nunca foram vistas como originais, como referências.
Sabendo
disso, comecemos nosso passeio pelo rito antigo e venerável, mas que, nunca
tendo sido abolido, conserva toda a sua juventude. Entraremos até o altar de
Deus, que alegra nossa juventude.
a) As orações ao pé do altar.
No Rito
Romano Tradicional, o padre, ao chegar diante no altar e faz o sinal da cruz.
Tertuliano, no seu livro De corona militis, nos diz que é o sinal que os
cristãos faziam religiosamente antes de todas as suas ações. Esta prática, diz
ele, nos foi transmitida somente pela Tradição. De fato, se nos baseássemos
somente nas Sagradas Escrituras, não encontraríamos nada a respeito desta
prática. O padre começa então um diálogo com o acólito que o serve:
Sacerdote:
In nomine Patris et Filii + et Spiritus Sancti. Amen. Introibo ad altare Dei.
Acólito:
Ad Deus qui laetificat iuventutem meam.
S: Iudica
me Deus et discerne causam meam de gente non sancta: ab homine iniquo et doloso
erue me.
A: Quia
Tu es, Deus, fortitudo mea: quare me repulisti, et quare tristis incedo, dum
affligit me inimicus?
S: Emite
lucem tuam, et veritatem tuam: ipsa me deduxerunt, et adduxerunt in montem
sanctum tuum et in tabernacula tua.
A: Et
introibo ad altare Dei, ad Deus qui laetificat iuventutem meam.
S: Confitebo
tibi in cithara, Deus, Deus meus: quare tristis es, anima mea, et quare
conturbas me?
A: Spera
in Deo, quoniam adhuc confitebor illi: salutare vultus mei, et Deus meus.
S: Gloria
Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
A: Sicut
erat in princípio, et nunc et semper: et in secula seculorum. Amen.
S: Introibo
ad altare Dei.
A: Ad
Deum qui laetificat iuventutem meam.
Já aqui
precisamos de alguns dados, para entender o que está acontecendo.
Esta oração
recitada pelo padre, juntamente com o acólito que o serve, é o Salmo 42. Ele
exprime um amor imenso pelo altar, sobre o qual se realiza o sacrifício que dá
mais glória a Deus do que qualquer outra coisa neste mundo. Ao recitar este
salmo o sacerdote exprime o desejo imenso que ele tem de dar glória a Deus com
o Santo Sacrifício da Missa, pedindo ao mesmo tempo ajuda contra o homem iníquo
e cheio de dolo, isto é, o demônio, o mundo e as más inclinações da carne.
Se
formos tentados por eles para que nos afastemos da Santa Missa, para que não
possamos comungar, ou para que o padre não possa rezá-la por estar em pecado
grave, ao mesmo tempo sabemos que Deus é todo-poderoso para nos ajudar contra
as tentações. Esperamos em Deus – que nos dá a fortaleza necessária para
vencermos as tentações e luz para conhecermos a verdade – para subirmos até o
monte Calvário (porque a Missa é a renovação do sacrifício do Calvário) e
entrarmos no seu tabernáculo. No Santo dos Santos, o Sumo Sacerdote do Antigo
Testamento só podia entrar uma vez ao ano e agora o sacerdote da Nova Aliança
pode entrar todos os dias, na Santa Missa, para ter Deus nas mãos.
A
Igreja tem o costume de rezar cada Salmo fazendo-o terminar com o “Gloria
Patri, et Filio, et Spiritui Sancto, etc…”. A primeira parte dessa oração já
existe desde o século II e sua segunda parte é usada desde o século IV. Como
explica o padre João Batista Reus, a Igreja só não diz o “Gloria Patri, et
Filio, et Spiritui Sancto, etc…” no final dos salmos nos três últimos dias da
Semana Santa, porque na Paixão se escondeu a glória de Cristo (p. 59).
Ela
cerca este conjunto de salmo e “Gloria…”, no começo e no fim, com uma antífona,
isto é, um texto curto que exprime a ideia principal do salmo que está sendo
recitado. Aqui a antífona é o curto texto: “Introibo ad altare Dei. Ad Deum qui
laetificat iuventutem meam".
É
devido a este modo de recitar os Salmos que temos então, no começo da Missa,
esta ordem de orações:
Antífona:
“Introibo ad altare Dei…”
Salmo
42: “Iudica me Deus…”
“Gloria
Patri…”
Repetição
da antífona.
A
Igreja sempre pediu que seus padres se preparassem para rezar a Santa Missa,
porque ela não é algo comum. Ao contrário, ela é a renovação do sacrifício de
Cristo na Cruz.
Encontram-se
muitos livros litúrgicos antigos que, sem dar fórmulas determinadas de oração,
recomendam ao bispo uma preparação antes da missa, num lugar reservado, uma
sacristia ou algo semelhante.
Mais
tarde os livros litúrgicos recomendaram a recitação dos salmos penitenciais, ou
de algum outro salmo. Sempre encontramos o Salmo 42 entre eles.
Antes
da codificação do Missal Romano feito por São Pio V o Salmo 42 era recitado
regularmente por todos os padres antes de rezar a missa, na sacristia ou de
memória durante a procissão para chegar ao altar. Um missal italiano do século
XI diz que o padre o recita “enquanto se aproxima do altar“. Ainda pouco antes
da edição do Missal feita por São Pio V uma edição do Missal Romano de 1550,
feita pelo Papa Paulo III, diz que o padre deve recitá-lo sozinho, em voz baixa
ou em silêncio, antes de chegar ao altar. É o que fazem até hoje os religiosos
do Carmelo no rito carmelita.
Mas,
como nos disse uma vez um padre, é na sacristia, imediatamente antes da missa,
que os padres têm menos tempo para se preparar. Pessoas andando, pedindo
favores, querendo um conselho rápido ou fazendo um convite, acólitos atrasados,
ou mesmo o padre atrasado, tudo isso não ajuda em nada o recolhimento e a
oração do sacerdote antes da missa.
Sabendo
disso São Pio V determinou, na sua edição do missal em 1570, que o Salmo 42
fosse anexado à missa, para que o sacerdote e os ministros sagrados que o
servem (diácono, subdiácono, acólitos) por mais que tenham tido muito tumulto
antes de começar a missa, possam ter um mínimo de preparação ali, diante do
altar. É por isso que hoje ele faz parte do começo mesmo da Missa Tridentina.
Antes
elas eram orações recitadas privadamente pelo padre. Agora são recitadas
publicamente, começando com um sinal da cruz, forma natural de se começar as
orações.
Cheio
de confiança em Deus, o sacerdote acrescenta, fazendo o sinal da cruz:
S: Adiutorium
nostrum + in nomine Domini.
A: Qui
fecit coelum et terram.
E
começa o Confiteor, onde pedirá o perdão de seus pecados:
Confíteor
Deo omnipoténti, beátæ Maríæ semper Vírgini, beáto Michaéli Archángelo, beáto
Joánni Baptístæ, sanctis Apóstolis Petro et Paulo, ómnibus Sanctis, et vobis,
fratres: quia peccávi nimis cogitatióne, verbo et opere: (Aqui bate no peito,
dizendo) mea culpa, mea culpa, mea máxima culpa. Ideo precor beátam Maríam
semper Vírginem, beátum Michaélem Archángelum, beátum Joánnem Baptístam,
sanctos Apóstolos Petrum et Paulum, omnes Sanctos, et vos, fratres, orare pro
me ad Dóminum, Deum nostrum.
O
Confiteor é, fundamentalmente, uma oração medieval muito antiga e tinha muitas
formas que variavam. A fórmula que usamos hoje data do século XIII.Sendo usado
no rito romano, ele se dirige aos santos Apóstolos Pedro e Paulo, fundadores da
Igreja de Roma.
O padre
o recita profundamente inclinado, sinal de arrependimento e de humildade.
Nas
missas rezadas o padre o recita primeiro, seguido dos acólitos. É reflexo da
Missa Pontifical, onde o bispo recita o Confiteor primeiro, seguido depois pelo
padre-assistente, pelo diácono e pelo subdiácono, que o recitam todos juntos.
Dá-se
então a absolvição e recitam-se mais algumas orações, depois das quais o padre
sobe até o altar.
S: Deus,
tu convérsus vivificábis nos.
A: Et
plebs tua lætábitur in te.
S: Osténde
nobis, Dómine, misericórdiam tuam.
A: Et
salutáre tuum da nobis.
S: Dómine,
exáudi oratiónem meam.
A: Et
clamor meus ad te véniat.
S: Dóminus
vobíscum.
A: Et
cum spíritu tuo.
Enquanto
sobe ao altar, o padre recita a oração seguinte, em voz baixa:
Aufer a
nobis, quǽsumus Dómine, iniquitátes nostras: ut ad Sancta sanctórum puris
mereámur méntibus introíre. Per Christum, Dóminum nostrum. Amen.
Ela
aparece no Sacramentário Gelasiano, com uma pequena variação, servindo de
coleta no período entre a Quinquagésima e a Quarta-feira de cinzas.
Chegando
ao altar o sacerdote o beija, uma reverência óbvia ao lugar sagrado para o qual
se dirige. Ele o beija recitando a oração “Orámus te, Dómine, per mérita
Sanctórum tuórum, quorum relíquiæ hic sunt, et ómnium Sanctórum: ut indulgére
dignéris ómnia peccáta mea. Amen".
Se for
um bispo que reza a missa, ele beija também o livro que contém os
Evangelhos.
Como
dissemos, todas estas orações eram antes uma preparação exterior à Missa. O
bispo, na Missa Pontifical, coloca o manípulo somente depois do Confiteor. Esta
prática, codificada no rito da missa do bispo, mostra que antigamente ele se
vestia completamente para rezar a missa somente depois das orações ao pé do
altar, quando a missa começava realmente.
(continua...)
MARCADORES:
Catequese para a Missa
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